A oração é uma resposta do homem ao chamado incessante de Deus por ele, como diz o próprio Catecismo da Igreja Católica (CIC 2567. E se pensarmos mais profundamente, conversar com o nosso Criador é um privilégio que é permitido a nós, e que alegria quando consideramos esses momentos com o Senhor.
Assim como tratamos as amizades humanas e com maior razão, devemos cultivar nossa amizade com Deus: separar um tempo para Ele, conversar das coisas mais triviais às mais importantes, contar a Ele as novidades. Se não separamos tempo para encontrar um amigo com certa frequência, vamos perdendo o contato, diminuindo os assuntos em comum e ficamos mais propícios a esquecer o vínculo. Da mesma forma é com Deus.
A oração é um diálogo e não um monólogo. É uma conversa íntima com o Senhor onde os dois falam. A escuta de Deus depende da nossa intimidade e do nosso recolhimento, quanto mais íntimos, mais facilmente O escutaremos!
Mas o que falar? São Josemaria Escrivá, em seu livro “Caminho”, explica no ponto 91 “Escreveste-me: ‘Orar é falar com Deus. Mas de quê?’ – De quê? DEle e de ti: alegrias, tristezas, êxitos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias…fraqueza!; e ações de graças e pedidos, e Amor e desagravo.” Há muitos assuntos para serem tratados na oração. São Josemaria dá a dica quando diz para falarmos primeiramente Dele e depois de nós. Não deixemos que a oração seja uma conversa egoísta simplesmente em volta de nós mesmo, dos nossos problemas. Falemos também do Senhor! Podemos adorá-Lo, pedir perdão por nossos pecados e dos outros, perguntar a Ele o que deseja de nós, o que O entristece, o que O agrada. Como um filho que se preocupa em querer ver o pai feliz.
Orar também é batalha. É luta espiritual para vencer nosso desânimo, cansaço, aridez. E na vida sobrenatural ganha quem não desiste de lutar. Se não temos vontade de rezar ou não estamos com disposição, falemos isso a Deus – e aí está uma oração. Se estamos cheios de preocupações que nos fazem desviar a atenção dEle durante esse diálogo íntimo, falemos sobre o que nos preocupa, peçamos luzes para resolver esse problema e aí também está uma oração. Podemos fazer de qualquer circunstância uma oração.
Separemos diariamente um momento – mesmo que sejam cinco ou dez minutos – para conversar com a Trindade, com Nossa Senhora, nosso anjo da guarda. Escolhamos o horário e o local que facilite a nossa conversa, separemos temas diários, procuremos leituras espirituais – a própria Sagrada Escritura ou um livro espiritual – para ajudar neste diálogo. Não há um método fechado para fazer oração, basta encontrar o que mais facilita este momento com Ele.
Da mesma forma que a oração bem feita fortalece o cristão, a oração mal feita deixa a vida interior rala. Não há santidade sem oração!
Autora: Marlice