Carta Junho 2018 – “Vós… pedras vivas… comunidade sacerdotal… povo de Deus!”

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CARTA JUNHO 2018

“Vós… pedras vivas…
comunidade sacerdotal… povo de Deus!”

(1Pd 2,5.9.10)

Caro irmão, querida irmã, a paz.

Um dia Simão escutou de Jesus uma palavra que redefiniria toda a sua existência: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18). Ali não apenas o seu nome era mudado pelo Mestre; com a missão que o Senhor lhe confiava, a sua vida inteira mudaria. A mudança do nome indicava uma nova identidade, um novo modo de ser: ser pedra, ser forte, ser firme, ser base, ser alicerce, ser sustentáculo! Como poderia ele viver isso, sendo tão frágil, tão temeroso em tantas situações?

“Pedra viva”! Pedro aos poucos foi descobrindo que, no fundo, é Jesus a verdadeira pedra, a pedra principal, a “pedra angular” (1Pd 2,7), a “pedra viva rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa diante de Deus” (1Pd 2,4), sobre a qual ele, Pedro, sempre pôde encontrar sustentação, apoio, segurança, salvação. Pela graça do chamado divino, Simão Pedro conheceu a “luz maravilhosa” do Senhor (1Pd 2,9), que venceu nele o terror das trevas do mal, do medo, da mentira e da incredulidade. Por Cristo, com Cristo e em Cristo, ele pôde encontrar e realizar o melhor de si mesmo e, pela graça de Cristo, tornar-se Pedro, um novo homem, “uma nova criatura” (2Cor 5,17). Pedro, como Cristo, o seu Mestre e Senhor a quem tanto ama (Jo 21,15-17), pôde oferecer-se, com toda liberdade e amor, em favor dos irmãos que o Senhor lhe deu,.

“Vós também, como pedras vivas”! Pedro confirma a fé das ovelhas do rebanho de Deus a ele confiado (Lc 22,32; 1Pd 5,2). Aponta-lhes a “luz maravilhosa” de Cristo (1Pd 2,9), para que, assim como ele mesmo experimentou, muitos possam crer na palavra, alcançar misericórdia e formar junto com ele, quais pedras vivas, um edifício espiritual, comunidade sacerdotal (1Pd 2,5), o povo de Deus (1Pd 2,10).

“Vós mesmos entrais como pedras vivas na construção da casa habitada pelo Espírito, para constituir uma santa comunidade sacerdotal”, diz-nos Pedro (1Pd 2,5). Que grande presente! A vida em Cristo nos confere a graça de arrancar-nos do isolamento, ligando-nos a Deus Trindade e também aos outros discípulos de Jesus, nossos irmãos. Como pedras unidas umas às outras pelo “cimento” do Espírito de Deus, formamos um único “edifício espiritual”, uma comunidade sacerdotal, isto é, um povo escolhido para ser todo de Deus, conquistado por Ele para oferecer-lhe dons e sacrifícios espirituais, para ser dele um sinal e instrumento de seu amor e verdade no meio do mundo.

Diz-nos São Paulo: “fostes integrados na construção que tem como fundamento os apóstolos e os profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra mestra. É nele que toda construção se ajusta e se eleva para formar um templo santo no Senhor. É nele que vós também sois, todos juntos, integrados na construção para vos tornardes morada de Deus pelo Espírito” (Ef 2,20-22). Que maravilha! Fomos integrados na construção! O próprio Jesus como pedra principal! Nele toda construção se ajusta e se eleva! Todos juntos! Tudo isso “no Senhor”! Por essa razão é que Pedro inicia sua exortação dizendo-nos: “Aproximai-vos do Senhor, a pedra viva!” (1Pd 2,4).

Aproximemo-nos, pois, do Senhor! Aproximemo-nos dele, cada um e todos juntos, para que o edifício espiritual de nossa vida pessoal e comunitária se construa em sólidas bases. Nele somos feitos “pedras vivas” – não palhas mortas; nele somos constituídos uma comunidade – não um amontoado de gente; nele nos ajustamos – e a divisão é superada; nele nos elevamos, todos juntos, e nossas fraquezas e pecados não nos poderão derrubar; nele somos integrados, somos feitos um só, inteiros, graças Àquele que, em sua misericórdia, vem morar entre nós e em nós. A fé nos abra e converta para esse mistério tão grande e maravilhoso!

Essa unidade que ele quer gerar em nós e entre nós já manifesta seus sinais! Agradeço imensamente pelo empenho de cada um na realização das atividades que acabamos de viver nesse mês de maio. Tanto trabalho, tanto cansaço, tanta vida entregue para o anúncio do Evangelho, para o descanso e a alegria dos outros: a intercessão no terço das 18h; o “passeio pela paz” e todos os trabalhos das comunidades jovens; as visitas aos nossos irmãos e irmãs enfermos e em tantas necessidades materiais e espirituais; a “manhã da beleza”, as oficinas organizadas pelo Núcleo de serviço à vida e dignidade humana; o caminho e o retiro Alpha; todos os trabalhos de preparação e realização da visita pastoral missionária de nosso Arcebispo [e rezemos por ele e sua família que sofrem pelo falecimento de sua mãezinha]; a missão que se prolonga pela presença, oração e ação das comunidades das quadras; as celebrações litúrgicas tão bem preparadas; a dedicação enorme de toda a comunidade, adultos, jovens, crianças, em tantos níveis de atuação, antes, durante e depois das Barraquinhas Marianas; os trabalhos dos diversos grupos e núcleos pastorais e comissões de serviços; enfim, tanta vida oferecida, em sacrifício espiritual de fé e amor, de tantas “pedras vivas” nessa comunidade sacerdotal que é nossa paróquia! E concluir o mês de Maria com a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor, Corpus Christi, nos lança a viver o tempo que se segue como oferenda eucarística de nós mesmos, em comunhão com Ele, de quem vem nossa força e alegria, e em comunhão entre nós. Assim seja. Bendito seja Deus!

Neste mês de junho, mês do Sagrado Coração de Jesus, prossigamos nossa vida cristã na simplicidade do cotidiano. A rotina diária, sem grandes festas, é tempo favorável para provar e fortalecer a fidelidade no caminho de fé. Convido a descobrirmos mais profundamente a riqueza que se oferece a nós no comum de nossa vida paroquial: esforçando-nos por chegar mais cedo às missas para rezar um pouco diante do sacrário, onde nos espera o Senhor; a adoração ao Santíssimo Sacramento na quinta-feira às 20h; o Papo Aberto com a juventude, no primeiro domingo do mês, às 16h30; a missa na comunidade S. Francisco, no setor de chácaras, na terça-feira dia 5, às 20h e, nas demais terças-feiras do mês, a Escuta da Palavra, também às 20h; nossa manhã de recolhimento espiritual no domingo dia 24, das 8h30 às 11h; a intercessão das Mães que oram pelos filhos, aos sábados às 18h; o Terço dos homens, às quartas-feiras às 20h; as comunidades jovens, nos domingos às 16h30… Lembro ainda a procissão luminosa dia 13 às 20h. Tanta vida, silenciosamente acontecendo, integrando-nos, edificando-nos, todos juntos, nele

Todo este mês de junho viveremos sob o sinal eucarístico da partilha, vivida de tantos modos, particularmente, e de modo bem concreto, na conscientização a respeito do dízimo. Continue crescendo em nós o sentimento de pertença a essa porção do povo de Deus que caminha aqui em Sobradinho como Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima; desperte-se ainda mais em nós a corresponsabilidade na sustentação da ação evangelizadora, da vida litúrgica e pastoral de nossa paróquia,  no zelo pela sua construção espiritual e material – já na perspectiva da construção de nosso Centro Catequético. Que isso se traduza na tarefa comum do dízimo, “todos juntos”!

Por fim, peço tuas orações pelos novos padres que a Arquidiocese de Brasília ganhará no sábado dia 30 próximo, às 8h30 na Catedral. Envia, Senhor, operários para a tua messe! E sustenta-os na fidelidade!

Em Cristo, pe. júlio.