Carta Abril 2019 – “Santificado seja o teu nome…”

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CARTA ABRIL 2019

“Santificado seja o teu nome…”

(Mt 6,9)

         Caro irmão, querida irmã, a paz.

         No IV Domingo da Quaresma, a liturgia nos brindou com a bela e tocante parábola do Pai misericordioso e seus dois filhos, mais conhecida como a do “filho pródigo” (Lc 15,1-3.11-32). Não pude estar na Paróquia, pois fui chamado para ajudar no Pré-Congresso Vocacional Regional, em Goiânia. Quero, então, lembrar essa imagem maravilhosa do Pai misericordioso para convidar-te a contemplar o Pai e o que Jesus nos ensinou a pedir, por primeiro, na sua oração:

“Santificado seja o teu nome” (Mt 6,9)

         Aprendemos desde cedo, na liturgia da missa, a chamar a Deus de santo: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus do universo!”. É o hino de êxtase que os anjos gritam e é revelado ao profeta Isaías (ler: Isaías 6,3); é a proclamação de adoração dos seres maravilhosos no céu testemunhada pelo Apóstolo João (ler: Apocalipse 4,8). Dizer que Deus é santo é declarar a sua altíssima majestade, sua eterna glória, seu insuperável poder, sua insondável sabedoria, sua invencível bondade e incomparável beleza; em uma palavra: dizer que ele é Deus e não há outro! Proclamar a santidade de Deus é também reconhecer, em espírito de adoração e profunda admiração, a homenagem de nossa submissão filial, livre e libertadora, confiante e agradecida à sua grandeza, verdade e amor.

         Cremos em Deus, nosso Pai que está nos céus, que revelou sua santidade ao longo da história da salvação. Vindo ao encontro da humanidade pecadora, compadeceu-se de nossas aflições, constituiu um povo para si e manifestou sua Lei de santidade para conduzi-lo à justiça e à paz, ensinando muitas vezes e de muitos modos pelos profetas (Ler Hebreus 1,1) e preparando para a vinda do seu Filho Amado, em quem revelaria seu rosto e seu nome (ler: Hebreus 1,2; João 14,8-10).

         Deus, Pai de Jesus e nosso, mostrou que é santo e quer comunicar sua santidade a nós. Não nos envia apenas mensagens boas e edificantes, nem oferece apenas suas bênçãos para nos auxiliar nas dificuldades dessa vida. Deus, nosso Pai, nos dá em Jesus, pela ação do Espírito Santo, a sua “graça santificante”, para nos curar das feridas do mal, para restaurar e iluminar a sua imagem desfigurada em nós pelo pecado, para nos elevar à estatura de seu Filho Unigênito (ler: Efésios 3,16-19), para nos fazer livres n’Ele (ler: João 8,35-36; Gálatas 5,1; Romanos 8,21).

         Os que se deixam tocar por essa graça do Bom Deus são transformados por sua santidade, são feitos participantes de sua divindade (2Pedro 1,3-4) e chamados santos (ler 1Coríntios 1,1-2), mesmo em meio às fragilidades e imperfeições da vida peregrina na Terra, porque ele disse: “Sede santos, porque eu sou santo” (ler: 1Pedro 1,13-21). Como é grande seu amor por nós! Nós aclamamos, cheios de gratidão e louvor, com os anjos e santos: “Santo, Santo, Santo!”.

“Santificado seja o teu nome” (Mt 6,9)

         Então, qual é o significado dessa petição do Pai-nosso? Obviamente, ela não é uma expressão de nosso desejo de que Deus seja santo, porque ele é santo já! Com esse pedido, Jesus está despertando e orientando nosso coração para o desejo mais profundo que há em nós: conhecer a Deus, conhecer sua santidade. Assim, “santificado seja o teu nome” significa algo como: “dá a conhecer a todos que tu és santo, que tu és maior do que tudo, que tu és Pai todo-poderoso e todo bom”; ou, em breves palavras: “dá a conhecer a todos quem tu és”!

“Santificado seja o teu nome

“Dá a conhecer a todos quem tu és” (Mt 6,9)

         Jesus compartilha conosco o desejo do seu sagrado coração: que seu Pai e nosso Pai seja conhecido e amado, seja buscado e honrado, seja adorado e servido – porque nisso Jesus encontra a sua alegria e glória, que ele, Filho único cheio de graça e verdade (Jo 1,14), tem em si e nos quer comunicar (ler: João 15,10-11; 17,13). Cremos no Pai nosso que está nos céus, que se revelou na história como Deus vivo e verdadeiro (1Tessalonicences 1,9), como Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó (ler: Êxodo 3,6)! Ele é o mesmo Deus Único que se revelou a nós como Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Pai (ler: João 20,17; Efésios 1,3-7; 1Coríntios 1,3; 1Pedro 1,3-4), como Deus Amor (1Jo 4,8-10).

         Cremos em Deus que continua a agir em nossa história, em nossa vida, atraindo-nos à sua santidade. Assim seja em nós, em ti, em mim, em nossa comunidade paroquial. Ao dizer “Santificado seja o teu nome”, abramo-nos ao conhecimento do Pai, em Jesus Cristo nosso Senhor, e à obra de santidade que ele quer fazer em nós (ler Efésios 4,20-24).

         Enfim, começamos a tão esperada obra do novo Centro Pastoral! No último fim de semana deste mês, apresentaremos o projeto da obra e faremos o lançamento de nosso caminho rumo ao jubileu de 60 anos de nossa Paróquia. É assim que queremos viver esse tempo da obra, conscientes de que ela é continuidade de uma bela e já longa história; ela é também símbolo da obra de santidade que o Senhor faz entre nós, um dom para esta geração e herança para as gerações vindouras.

         Ah! Não deixes de preparar-te bem para a Páscoa do Senhor com uma bela confissão.

         Com Deus, pe. júlio.