Carta Novembro 2018 – “Para que dê mais fruto ainda…”

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CARTA NOVEMBRO 2018

“Para que dê mais fruto ainda…”

(Jo 15,2)

         Caro irmão, querida irmã, a paz.

         No início deste ano de 2018, quando inauguramos essas cartas como mais um lugar para o encontro entre nós e aprofundamento no nosso caminho de fé como Paróquia, escrevi que “nossa prioridade pastoral é escolher aproximar-nos cada vez mais de Jesus, deixar-nos alcançar por Ele (Fl 3,12) e a muitos anunciar e testemunhar, pela vida, pelo trabalho e pela palavra, que nele encontramos o sentido de nossa existência – o sal! -, o vigor e sabedoria para as lutas – a luz! […] – eis, da parte do Senhor, o dom a nós oferecido na vida da Paróquia, nos trabalhos e orações, na liturgia, sobretudo em cada Santa Missa e, de nossa parte, aí deve estar todo nosso empenho” (Carta de fevereiro 2018).

         Eis o grande dom da vida na Paróquia: encontrar a Cristo e ser encontrados por ele; descobrir-nos como Igreja, membros uns dos outros no único Corpo do qual Cristo é a Cabeça (Cl 1,18), como ramos enxertados nele, a Videira Verdadeira (Jo 15,1), bebendo de sua divina seiva, que nos cura, nutre e eleva, pela graça da união com ele. Toda atividade pastoral encontra nisso sua fonte e meta; aproximar-nos mais de Jesus e uns dos outros, na mesma fé e caridade, deve ser, de fato, a razão de ser de nossos trabalhos na Paróquia.

         Neste ano, motivados pelo ano do laicado no Brasil, propus seguirmos um percurso espiritual a partir dos textos bíblicos que pautam o desenvolvimento da Exortação Apostólica Christifidelis Laici do Papa João Paulo II sobre a vocação e a missão dos leigos na Igreja e no mundo. Ouvir sempre e continuamente as Sagradas Escrituras, para que a Palavra do Senhor, com toda a sua riqueza, habite em nós (Cl 3,16) – esse foi o apelo que nos foi dirigido já desde o nosso Retiro Quaresmal em março; essa é uma tarefa primordial que se impõe para quem crê no Cristo e quer segui-lo, para quem se abre ao mergulho no mistério de Deus em Cristo e ao conhecimento do próprio mistério.

         De fato, à luz da Palavra de Deus, viva e eficaz, guardada e transmitida pela Igreja, Corpo de Cristo, nos é dado descobrir quem somos, nossa identidade e nossa missão, cada um individualmente e como comunidade cristã. E neste ano ouvimos:

  • Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo… (Mt 5,13-14)
  • Eu sou a videira… vós sois os ramos (Jo 15,5)
  • Ele nos fez renascer… (1Pd 1,3)
  • Vivei como filhos da luz (Ef 5,9)
  • Vós… pedras vivas… comunidade sacerdotal… povo de Deus! (1Pd 2,5.9.10)
  • Como é santo aquele que vos chamou, vós também, sede santos em todo o vosso proceder! (1Pd 1,15)
  • Vós todos sois o corpo de Cristo! (1Cor 12,27)
  • Somos um só corpo em Cristo e, cada um de nós, membros uns dos outros (Rm 12,5)

         Essas palavras foram semeadas em nós, trazendo consigo imensas graças de sabedoria, de conversão, de comunhão com Deus e com os irmãos. O quanto elas puderam descer fundo em nós, encontrar raízes e germinar em frutos, isso dependeu também da abertura de cada um, de quanto cada um de nós se dispôs a escutar, a deixar-nos tocar e moldar pelo Senhor. O Divino Semeador ainda hoje sai a semear suas palavras de vida eterna (Jo 6,68) no nosso campo: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça…” (M 4,9). Neste mês nos é dada esta Palavra:

“que dê mais fruto ainda” (Jo 15,2)

         O Senhor pede mais: “mais fruto ainda”! O Senhor quer mais: “mais fruto ainda”! Jesus mesmo diz: “Meu Pai é glorificado quando produzis muito fruto e vos tornais meus discípulos!” (Jo 15,8). Chegando o mês de novembro, quando já experimentamos, no corpo e na mente, os cansaços dos trabalhos e das lutas que vivemos ao longo deste ano, se pensamos que esse frutificar “mais ainda” depende primeira ou principalmente de nós, de nossos esforços, podemos até nos desencorajar ou achar impossível, mesmo desumano! Se nosso olhar se mantém em nós, em nossos feitos, em nossos sucessos ou fracassos, em nossas aspirações e cansaços, sim, facilmente desanimamos.

“que dê mais fruto ainda” (Jo 15,2)

         Essa é uma palavra que, longe de nos fazer desanimar, pode lembrar-nos de como o Senhor acredita em nós e quer mais para nós. O “mais fruto ainda” não é uma decisão nossa, mas do Senhor mesmo. E ele, o Divino Agricultor, querendo mais fruto em nós e para nós, é quem trabalha para que isso se cumpra: é Deus quem opera em nós o querer e o fazer, segundo a sua vontade (cf. Fl 2,13). Assim, chegando já o fim do ano, fazemos a colheita de tanto trabalho que realizamos e acolhemos os frutos, com gratidão e alegria, conscientes de que eles são, sobretudo, um dom do Senhor, que não cessou de agir em nós, por nós e em nosso favor.

“que dê mais fruto ainda” (Jo 15,2)

         Abramo-nos, caro irmão e querida irmã, à disponibilidade ao trabalho do Senhor em nós, em cada um de nós pessoalmente e na nossa comunidade paroquial, de modo muito especial por meio dos sacramentos da Eucaristia e da confissão. Deixemos que o Divino Agricultor passe sobre nosso terreno o seu arado, limpando nossa terra e abrindo em nós espaço para as suas sementes, as suas palavras – quanto mais fundo elas entram em nós, mais frutos ainda haverá! Frutos de amor e de alegria, frutos de paz e paciência, frutos de bondade e benevolência, frutos de lealdade, mansidão e autodomínio (cf. Gl 5,22-23) – e nossas comunidades jovens bem saberão reconhecer, lembrando o nosso retiro este ano, o quanto esses frutos nos trazem ânimo na caminhada e dons de comunhão entre nós!

         Prossigamos! O Senhor quer mais para nós: “mais fruto ainda”!

         Acolhemos com alegria em nossa comunidade paroquial os jovens que estão fazendo um caminho de uma nova descoberta da fé no percurso Alpha neste segundo semestre e que realizarão o seu retiro espiritual, o “fim de semana Alpha”, neste mês de novembro. Para eles a nossa oração e carinho.

         O bazar do fim de ano, já tradição em nossa Paróquia, será no dia primeiro de dezembro. O mutirão de arredação será no dia 10 de novembro, como temos já avisado nas missas. Peço a tua ajuda e comunhão nesse testemunho de desprendimento e de solidariedade.

         Às comunidades das quadras, comunidades jovens e de pastoral e serviço, lembro que precisamos das datas das atividades do ano de 2019 para organizarmos nosso calendário.

         Um abraço,

         Em Cristo, pe. júlio.