Este é o ultimo tema desta coletânea de Missas de Nossa Senhora e celebra a Mãe de Cristo, a qual acompanha com carinho materno o Povo de Deus em sua peregrinação terrestre rumo a patria definitiva.
Neste contexto, esta Missa tem o especial sentido de chegada final, que é próprio de Celebração Eucaristica: a assembleia dos fiéis que a celebra contempla “a cidade Santa, a nova Jerusalém…preparada como Esposa para o Esposo”, e ouve do trono Celeste a voz do Senhor que diz: “Eis que renovo todas as coisas” (1a Leitura, Ap 21, 1-5a). Esta condição futura da Igreja já se realizou em Maria, esposa Virgem, Formosa, sem mancha nem ruga (Ef 5, 27).
Portanto, os fiéis sobem alegres “à casa do Senhor”, onde louvarão eternamente o seu nome (Sl resp. Sl 121, q-2.3-4.8-9). Manda-se, pois, vigiarem bem atentos, com lâmpadas acesas, indo ao encontro do Senhor, a fim de merecer, abrindo-lhes a porta, entrar para a Festa das núpcias eternas (Ev, Mt 25, 1-13).
Na Missa se celebra em primeiro lugar o Cristo Senhor, a quem o Pai bondoso, constituiram “Porta da Salvação e Vida (Co; Jo 10, 7): pois Jesus é a “porta se ao perdão”, e por Ele “se abriu para nós os limiares da cidade Celeste”.
Mas as figuras de “porta, limiares, entrada, umbral”, já desde a época dos Santos Padres da Igreja, se aplicam à Virgem Maria para esclarecer sua função de nova Eva, ou sua Maternidade virginal ou sua intercessão suplicante em favor dos fiéis.
Assim, nesta Missa celebramos a Virgem Maria como:
– Eva (nova) inocente, que venceu pela humildade o orgulho da primeira mulher, abrindo o que esta fechara: “Virgem humilde que nos abriu a porta da vida eterna: o que Eva incrédula fechara/aquela fiel abriu; “as portas do paraiso que Eva fechou fora por ti abertas/ Virgem Maria;
– Mãe Virginal de Cristo: por sua Maternidade, Mãe “é radiante porta da vida” da qual nasceu a Salvação do mundo, Jesus Cristo nosso Senhor; “porta radiante da Luz” pela qual “Cristo, Luz do mundo, refulgiu, para nós; “a Virgem grávida do Verbo”, que se tornou para nós “porta do paraiso”, ao restituir “Deus ao mundo” e ao abrir o Céu para nós;
– Voz suplicante de intercessão: a Igreja não duvida disto: “pela bem-aventurada Virgem Maria, de quem nos veio o Salvador, nos descerão dons da graça Celeste e se nos abrirá a feliz porta do Céu.
Portanto, amados irmãos e irmãs, nāo nos faltam razões e motivações para celebrar com grande júbilo nossa Mãe, nossa Rainha, nossa Padroeira, a Virgem Maria de inúmeros títulos e devoções, pois seus próprios lábios santos profetizaram: “doravante todas as gerações me proclamarão bem-adventurada” (Lc 1, 48).
Por fim, em silêncio, peçamos a ela: Mãe, abre-nos a Porta do Céu e leva-nos todos a Jesus. Amém. Assim Seja…
Diác. Hott (Homilia de 03/10/20)