Que alegria poder encontrar Jesus Eucarístico no sacrário! Na apresentação do templo, Simeão, movido pelo Espírito Santo diz: “Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para a glória do vosso povo de Israel” (Lc 2, 29-32). Se aprofundarmos no tema, veremos que temos a mesma sorte de Simeão porque podemos ver o próprio Jesus com os nossos olhos na Santa Eucaristia!
É o próprio Jesus. Como diz o hino de São Tomás de Aquino, “Adoro te devote”: “Na cruz estava oculta somente a vossa divindade, mas aqui, oculta-se também a vossa humanidade”. Apesar de não vermos com os nossos olhos o Jesus que nasceu da Virgem Maria, acreditemos que Ele está lá porque Ele próprio diz em diversas passagens bíblicas.
Uma das principais passagens sobre a sagrada eucaristia é o capítulo sexto do evangelho de São João. Ali, Jesus diz – mais de uma vez – que é o Pão da Vida e que deveríamos comê-Lo e bebê-Lo. No versículo 61, alguns discípulos duvidam: “Isto é muito duro! Quem o pode admitir?”, talvez acreditassem ser uma espécie de canibalismo. Mas Jesus reafirma a ideia de que é preciso comer a carne o sangue dEle. Muitos discípulos vão embora por não aceitarem essa verdade. E Jesus, na hipótese de que se estes tivessem entendido equivocadamente teria a obrigação moral de explicar, volta-se aos que ficaram dizendo “Quereis vós também retirar-vos?” (Jo 6, 67). Que respondamos igual a São Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6, 68).
Os sacrários devem ser como Bethânia, cidade em que moravam grandes amigos de Jesus: Maria, Marta e Lázaro. Era para lá que Jesus ia para descansar e aproveitar as boas companhias. Que ao visitar Jesus sejamos boas companhias como foram esses amigos. Em quantos lugares Jesus deve estar sozinho no sacrário esperando que alguém vá até Ele.
A comunhão é o ápice da nossa vida sobrenatural. Neste ato, nós homens somos divinizados por recebê-Lo. Tornamo-nos sacrários vivos. E precisamos estar limpos interiormente para deixá-Lo entrar. A Eucaristia é o sacramento dos vivos, e de fato, na comunhão precisamos estar sem pecado mortal e quanto mais bem dispostos estamos mais graças nos são dadas por ela. E quanto mais frequente, melhor. Cada oportunidade de comungar nos traz infinitas graças!
Preparemo-nos para esse momento. Tanto fisicamente quanto interiormente. Fisicamente fazendo o jejum que pede a Igreja uma hora antes do momento da comunhão, e interiormente, rezando para cuidar dele ao chegar até nós. E depois da comunhão, caprichemos na ação de graças. Quantas vezes desperdiçamos esse tempo conversando com os colegas, prestando atenção nas pessoas que deixam a igreja ou até se perdendo nos próprios pensamentos. Agradeçamos por Cristo ter-nos visitado. “Eu quisera, Senhor, receber-Vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu a Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos santos.” (Seleta de Orações)
Autora: Marlice