Carta Maio 2018

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CARTA MAIO 2018

“Vivei como filhos da luz!”

(Ef 5,9)

Caro irmão, querida irmã, a paz.

Seguindo a inspiração de João Paulo II na sua reflexão sobre a vida e a missão dos leigos, acolhemos essa maravilhosa exortação de S. Paulo aos fieis discípulos de Cristo: “Vivei como filhos da luz!”. “Vivei!” – eis o dom e chamado primeiro que o Senhor da vida, nosso Criador e Salvador, nos fez. Ele é o Deus vivo e verdadeiro (1Ts 1,9), autor de toda vida, nossa origem, nossa meta. (E é preciso sempre anunciar essa verdade, o valor inviolável da vida, desde a sua origem ao seu término natural, sobretudo nestes tempos de uma perversa cultura de morte em que continuamente a vida humana é ameaçada,   desprezada, manipulada, descartada…).

Vivei!”. O Senhor quer a vida para nós. Ele não se alegra com a morte do pecador, mas quer que ele se converta e viva (Ez 18,23)! Podemos entender, então, que não se trata somente de sobreviver, de viver de qualquer jeito, de percorrer e aproveitar confortavelmente os dias com as mais diversas experiências, boas e más. Aliás, se vivemos assim, sem a orientação para a verdade, para algo maior do que nós, para o amor – para Deus! -, acabamos por experimentar um vazio dentro de nós! E quantos tão perto de nós estão vivendo assim… Os diversos vícios e dependências são sinais desse vazio existencial.

Vivei!”. Em nossa vida temporal, sempre imperfeita, marcada por alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, o Senhor nos oferece o dom de uma vida mais alta, uma vida do Alto (Jo 3,3; Cl 3,1-3). “Além, infinitamente além do que nós podemos pedir ou conceber” (Ef 3,20), em sua imensa misericórdia, ele nos oferece o dom de uma vida imortal, o dom de sua luz (Ef 1,12-13): “ele nos fez renascer” (1Pd 1,3) e fez de nós seus filhos (1Jo 3,1-2), “filhos da luz” (1Ts 5,5)!

Vivei como filhos!”. A salvação que Jesus nos trouxe não apenas nos liberta do Mal, do pecado e da morte, mas nos comunica sua vida divina, sua graça, sua santidade: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em plenitude” (Jo 10,10). Jesus nos comunica a sua vida plena de Filho de Deus. Essa vida – transmitida no Batismo, alimentada na Eucaristia, restaurada e robustecida nos sacramentos – é a vida de filhos de Deus, é um dom de santidade! O papa São Leão Magno um dia falou: “Reconhece, ó cristão, tua dignidade!”. É maravilhoso dar-nos conta dessa verdade: somos filhos da luz, filhos de Deus!

“Vivei como filhos da luz!” – assim diz S. Paulo, lembrando aos fieis que importa sim manifestar ao mundo a luz recebida de Deus. Jesus mesmo disse: “Não se acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma caixa, mas sim no candelabro, onde ela brilha para todos os que estão em casa” (Mt 5,15). Que nossa linguagem, as palavras que saem de nossa boca, que nosso trabalho, nosso lazer, nossos relacionamentos com os outros, nossa relação com os bens materiais, tudo seja marcado pela luz de Cristo.

Vivei como filhos da luz!”, como mulheres e homens novos, marcados pelo dom de uma vida vivida por Cristo, com Cristo e em Cristo. Isso não é fantasia, isso não é utopia, isso não é mágica. Não acontece por encanto, mas pela graça de Deus em nossa disponibilidade, em nossa adesão, em nosso sim que teima em permanecer, mesmo com as dificuldades, contradições e oposições (internas e externas). Toda essa realidade acontece no meio de nossa vida cotidiana, quando passamos a fazer nossas escolhas a partir de Cristo, a partir daquilo que corresponde à “palavra da verdade, que é o Evangelho” (Cl 1,5).

Vivei como filhos da luz!” – é uma exortação dirigida a cada um pessoalmente, mas também à comunidade dos discípulos de Cristo. Na “família de Deus” (Ef 2,19), não somos filhos sozinhos, mas filhos numa “multidão de irmãos” (Rm 8,29). Esse “vivei como filhos” se concretiza, pois, num “vivei como irmãos”; somos todos irmãos (Mt 23,8) na família reunida por Cristo, a sua Igreja. Seja nossa paróquia uma casa em que se aprende e se realiza, sempre e cada vez mais, a comunhão fraterna e o serviço generoso, fruto da vida nova em Cristo.

Este mês de maio está bem rico de oportunidades para vivermos e testemunharmos essa “fraternidade responsável”, esse viver “como filhos da luz”, como irmãos em Cristo. Começamos pelo “Passeio pela paz”, promovido pela juventude de nossa paróquia no dia primeiro – e que beleza ver os jovens descobrindo e redescobrindo a graça de conhecer mais a Cristo e de ser Igreja! A vós, queridos jovens, nosso apoio, nosso incentivo a permanecer no caminho, por causa de Cristo só, para além de toda satisfação que experimentemos na vida de comunidade, porque às vezes essa satisfação se desvanece um pouco… e é a hora de perseverar na fé!

Neste mês, mês de Maria, teremos na igreja a oração do terço todos os dias, às 18h, com a ajuda das Mães que oram pelos filhos, esse grupo fiel que há tantos anos se dedica ao apostolado da oração. Também nos alegramos com o Terço dos homens, que completa um ano de existência em nossa paróquia. Também no dia 13 de maio, Domingo da Ascensão do Senhor, realizaremos a procissão luminosa depois da missa da noite, que repetiremos até outubro, relembrando as aparições da Virgem do Rosário em Fátima. Participemos e levemos pelas ruas de nossa cidade a luz de Cristo, que resplandece maravilhosamente na Virgem Maria.

Peço orações por irmãos e irmãs da catequese de adultos, da crisma e alguns casais  que participarão do retiro Alpha nos dias 4 a 6 deste mês. Também pelos padres da Arquidiocese, incluindo a mim, que farão o retiro do clero nos dias 7 a 11.

Como já anunciei, nos dias 17 a 20 teremos a alegria de receber a visita pastoral missionária de nosso arcebispo, o cardeal D. Sérgio da Rocha. D. Valdir Mamede, bispo-auxiliar, também estará conosco em alguns momentos. É uma grande graça, para nossa comunidade e também para Sobradinho, ter nosso pastor nesses dias nos acompanhando, conhecendo de perto nossa vida. Vivamos com fervor e alegria esse tempo de graça; sustentemos as atividades com nossa oração e nossa participação ativa.

Por fim, celebremos as Barraquinhas marianas, nossa festa-quermesse, como um momento forte para a manifestação da luz que o Senhor acende em nós e em nossa comunidade.

Em Cristo, pe. júlio.