Por Redação central
13 de mai de 2024 às 12:45
O dia 13 de outubro de 1917 marcou a última aparição mariana em Fátima e o dia em que milhares de pessoas testemunharam o milagre em que o sol dançou – um milagre que destruiu a crença predominante na época de que Deus já não era relevante.
O teólogo e diretor dos museus do Santuário de Fátima, Marco Daniel Duarte, contou à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, a que pertence ACI Digital, o impacto que o milagre do sol causou em Portugal naqueles dias.
Se alguém abrisse livros de filosofia durante aquele período, provavelmente leria algo semelhante ao conceito concebido pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que afirmou com ousadia no final do século XIX que “Deus está morto”.
Além disso, em 1917, a maior parte da Europa estava envolvida na guerra. Portugal viu-se incapaz de manter a sua neutralidade inicial e uniu forças com os Aliados. Mais de 220 mil civis portugueses morreram durante a guerra, milhares devido à escassez de alimentos e outros milhares devido à gripe espanhola que se seguiu ao conflito.
Alguns anos antes, uma revolução levou ao estabelecimento da Primeira República Portuguesa em 1910 e uma nova constituição liberal foi elaborada sob a influência da maçonaria, que buscava suprimir a fé da vida pública. As igrejas e escolas católicas foram confiscadas pelo governo, e o uso de vestes clericais em público, o toque dos sinos das igrejas e a celebração de festivais religiosos públicos foram proibidos.
Entre 1911 e 1916, quase 2 mil padres, monges e freiras foram mortos por grupos anticristãos.
Foi nesse cenário que, em 1917, a Virgem Maria apareceu a três pastorinhos: Lúcia dos Santos, de dez anos, e os seus primos Francisco e Jacinta Marto, de nove e sete anos, num campo em Fátima, Portugal, trazendo consigo pedidos de recitação do rosário, de sacrifícios em favor dos pecadores e um segredo sobre o destino do mundo.
Para provar que as aparições eram verdadeiras, a senhora prometeu às crianças que durante a última das suas seis aparições, daria um sinal para que as pessoas acreditassem nas aparições e na sua mensagem. O que aconteceu naquele dia, 13 de outubro de 1917, ficou conhecido como o “Milagre do Sol” ou “o dia em que o sol dançou”.
Segundo vários relatos, uma multidão de cerca de 70 mil pessoas entre crentes e céticos reuniu-se para ver o milagre que foi prometido: o céu chuvoso clareou, as nuvens se dispersaram e o chão, que estava molhado e lamacento por causa da chuva, secou. Um véu transparente cobria o sol, facilitando a observação, e luzes multicoloridas espalhavam-se pela paisagem. O sol então começou a girar, girando no céu, e em um ponto pareceu virar em direção à terra antes de voltar ao seu lugar no céu.
O acontecimento surpreendente foi uma contradição direta e muito convincente aos regimes ateus da época, o que é evidenciado pelo fato de que o primeiro jornal a noticiar o milagre numa primeira página inteira foi um jornal maçônico e anticatólico de Lisboa chamado O Século.
Duarte disse que o milagre do sol foi entendido pelas pessoas como “o selo, a garantia de que de fato aquelas três crianças diziam a verdade”.
“Ainda hoje, Fátima faz com que as pessoas mudem a percepção que têm de Deus, pois uma das mensagens mais importantes das aparições é que mesmo que alguém se tenha separado de Deus, Deus está presente na história humana e não abandona a humanidade”, disse Duarte.